Laerte Braga
Leônidas da Selva dirigiu-se a Zizinho, mestre Ziza, no intervalo do jogo
Brasil e Peru, em Lima, 1957 e pediu por favor que “seo Zizinho não adianta
mandar bola limpa, não sou o da Silva, mas o da Selva, mande no meio da
boleira que faço o gol”. Dito e feito.
O conselheiro Roberto Freire (12 mil reais por mês numa boquinha em São
Paulo para ajudar José Arruda Serra, isso à míngua de votos em seu estado,
Pernambuco), deve ter assistido a alguns documentários sobre a Alemanha
nazista e estudado os jeitos e trejeitos de Hitler para repetir no programa
de seu latifúndio, o PPS.
Aquele negócio de vira de lado, olha por cima faz de conta que é líder de
alguma coisa, todo o momento lembra o ditador alemão.
Em 1989, candidato a presidente da República, perguntado por um empresário
sobre as privatizações, se contra ou a favor, disse que antes de privatizar
empresas “é preciso desprivatizar o Estado brasileiro”. Mudou de idéia do
dia para a noite. Canto da sereia FHC.
Fim melancólico o do todo poderoso Galvão Bueno. Ao som de vuvuzelas o
narrador da GLOBO não consegue emplacar nem grito de gol afinado. Casagrande
salva a cobertura da rede de mentiras nesta Copa do Mundo.
O canais a cabo do sistema GLOBO, a despeito de bons jornalistas, foram
vítimas da tecnologia. Não importa se a bola entrou ou não, importa o lance,
o slow motion, o detalhe, o ângulo. E depois criticam Parreira quando o
técnico que afirma que “gol é detalhe”.
Para cada meio lance, o sujeito bate a falta e antes da bola chegar onde
deve, o locutor anuncia que no intervalo o telespectador vai poder
acompanhar toda a trajetória da bola e perceber os nuances tecnológicos com
não sei quantas câmeras.
Não é de graça esse trem. É que a FIFA já está montando o esquema de um novo
jogo para games semelhante ao real e a propaganda vai sendo feita assim.
Hoje é o dia de Dunga. Difícil criticar o técnico. Ser turrão não é defeito
à medida que não ofende ninguém. Está na sua e chama a si todas as
responsabilidades. Pronto. De fato, pelo menos até agora, os privilégios de
entrevistas exclusivas estão cortados.
Treino secreto? Aí sim. Feola quando queria confundir a imprensa, ou os
observadores de outras seleções colocava o zagueiro no gol, o centro avante
de zagueiro e assim por diante.
Se Pelé é um mau caráter tremendo, Maradona é um babaca clássico com suas
peripécias para chamar a atenção. Se a Argentina vencer a Copa vai
proclamar-se vencedor. Se perder, o problema não é dele. Emprestou sua barba
e toda aquela empáfia para vender o produto. Não contava com a mordida do
cachorro.
A reação de funcionários de um dos estádios da Copa a atraso no pagamento
dos salários e depois pagamento de parte apenas não tem nada a ver com o
governo da África do Sul. Mas com a privatização do futebol.
Entregam tudo a empresas e os caras faturam milhões sem pagar mil réis. Não
é diferente no Brasil. Aqui tem gente que trabalha de graça na ilusão de
ganhar um autógrafo de Robinho, o bocó.
Falar nisso, uma Associação Paraguaia de Pastores Evangélicos divulgou uma
nota acusando a FIFA de incitar a violência ao proibir que jogadores
comemorem os seus gols mostrando a camisa religiosa que vestem por baixo da
outra, a da seleção.
Na equipe brasileira alguns jogadores fizeram chegar a Dunga que não estavam
agüentando a pressão de atletas evangélicos e do assistente técnico Jorginho
para “aceitar Jesus” não coração e vestirem a tal camisa. Devem ter
procuração para negociar Jesus no coração. Tem a conversão e um jabaculê
para mostrar a camisa.
No caso do Paraguai é que tinham pago um adiantamento a jogadores para
exibir as camisas. Com a proibição ficam no prejuízo.
Com o desenrolar dos primeiro jogos fica claro que o Brasil tem time para
disputar a Copa, independente de meia dúzia de bocós. Pelé é um bocó e nem
por isso deixa de ser o melhor jogador de futebol de todos os tempos.
Já Roberto Freire não tem jeito, é irrecuperável. Caráter quando o sujeito
perde é o diabo para achar e a penitência é tão dura que ele vai preferir
continuar conselheiro. É um dos mais asquerosos políticos brasileiros. Não
pelo que pensa, mas pelo que leva para pensar.
Esse é o problema.
O falecido deputado Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, costumava dizer
que “prefiro negociar com esquerda esquerda que esses dissimulados. São
traiçoeiros, parecem uma coisa e são outra”. Caso de Roberto Freire, o
ex-honesto.
O que o candidato José Arruda Serra se esqueceu de dizer sobre o negócio de
não descer ou cair de pára quedas é que desce com um batalhão inteiro. Desde
seu pai político, FHC, inventou a peça, o homem desce made in USA. É onde
está a filha, onde o primo faz depósitos fantásticos em bancos de todo o
mundo, isso falido. Imagine se tivesse dinheiro.
Se Roberto Freire causa asco, Arruda Serra é repugnante, mais ou menos a
mesma coisa.
O bom era Garrincha. Deu o rádio que comprara na Suécia para o Newton
Santos. “Essa porcaria só fala sueco”.
Foi cuidar de loiras e pelo jeito cuidou bem, pois deixou um filho por lá.
Ou cuidou mal, sei lá. Se Garrincha fosse norte-americano a CIA ia dizer que
era um complô para gerar um outro Garrincha e roubar a patente dos donos do
mundo.
Barack Obama está, agora, se dando conta que é preciso informar aos cidadãos
do conglomerado que preside que o vazamento de petróleo da British vai durar
anos destruindo o meio ambiente e pode chegar a outros países num prejuízo
sem tamanho.
Os principais movimentos ambientais do mundo, incluindo o Greenpace, estão
de boca fechada, ou em tímidos protestos. É que estão no bolso das
companhias petrolíferas. Defender a preservação do meio-ambiente dá
dinheiro, que o diga Marina da Silva. Joga fora uma história ao se cercar de
empresários que devastam a Amazônia.
Mas como é Copa do Mundo a GLOBO não precisa ficar mostrando os horrores
desse “acidente”, nem suas conseqüências absolutas. Pode reduzir tudo à
tecnologia de vários ângulos para que possa enxergar melhor o gol.
O detalhe acaba sendo mais importante que o fato em si. É o fascínio da
tecnologia sem sentido e que não leva a lugar nenhum, exceto ao caráter de
espetáculo da sociedade.
A FOLHA DE SÃO PAULO, braço do PSDB paulista mostra em matéria de domingo
que empresários estrangeiros e paulistas pagam até cinco mil euros por mês
por garotas de programa. O ponto preferido dessas moças é a DASLU. Não podia
ser outro.
São dois os aspectos da agressão do deputado Nelson Tradd, do PMDB de Minas,
em cima de uma jornalista do CQC. Primeiro a irresponsabilidade do deputado
em assinar um documento sem ler. Segundo o programa, em si, tentar
desmoralizar um trabalho social, Bolsa Família, com um escracho Bolsa
Cachaça.
CQC, PÂNICO e CASSETA E PLANETA são programas bem elaborados pelo modelo
para dar a impressão de crítica, liberdade de imprensa, etc, mas com alvo
certo, agem por dentro, na tentativa de desmoralizar o governo Lula. Não têm
independência alguma.
Se o Bolsa Família é solução ou não é outra história, mas os jornais,
inclusive a grande mídia, ligada a Arruda Serra afirma que a pobreza vai
diminuir pela metade no Brasil até 2014.
Esse negócio de nordestino comer, de gente do norte ir à escola, de cidadãos
do Pantanal ganhar um pouco de dignidade, isso assusta a elite FIESP/DASLU,
falida em todos os sentidos, principalmente o moral.
Ora pô, o cara gasta cinco mil euros com uma garota de programa por mês e o
Bolsa Família é o culpado?
Isso está cheirando a primeira fila dos programas de auditório da GLOBO e
concorrentes.
Por que os caras desses programas não perguntam a esses empresários o por
que do “negócio”?
Perdem o patrocínio. São caras de pau, mas não rasgam dinheiro, pelo
contrário. Sabem de onde sai.
O deputado, o tal Nelson Tradd é uma besta, tudo bem, vem aí a eleição e é
só não votar no cara, mas a televisão!
Quem sabe a GLOBO esse ano para diversificar não faz a “CARAVANA BBB”, ao
invés da CARAVANA DA CIDADANIA? A audiência vai ser maior, a pornografia
fica explícita, não precisa disfarces. Pedro Bial e Miriam Leitão quem sabe?
No fim é só dizer que o Irã é culpado, que Chávez é o responsável, que Evo
Morales é traficante, ou ajuda o tráfico e na hora que chegar em New York
tirar os sapatos para a revista, mesmo sendo agente dos caras.
É por aí.
Já o vazamento de petróleo... Ah! Esse quanto menos falar melhor, para eles
evidente.
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