Lula, os índios e as pererecas

O que autoriza Saulo Ferreira Feitosa - ou o próprio CIMI, como entidade - a acharem que sua visão de mundo é melhor que a de Lula? Sim, Lula reage de maneira jocosa ao modo como é tratado pelos sites ambientais - com escárnio, desdém, antagonismo, violência verbal em alguns casos ...

A tarefa de governar um país, todos sabemos, é imensamente complexa. Um presidente e sua equipe sofrem oposição de vários tipos, expressa de várias formas - algumas válidas, outras nem tanto. Partidos usam mídias para atacar governos - isso é um fato incontestável. Movimentos sociais associados a partidos também fazem o mesmo. A Internet virou um campo de batalha entre pessoas e grupos (institucionais ou não) que tentam por esse meio divulgar ou impor seus pontos de vista, suas 'visões de mundo'. A de nosso presidente, pelo que tem expressado em suas declarações formais, é a de um desenvolvimento sustentável, com compensações nos casos em que seja necessárias intervenções mais severas no ambiente.

Não há meio-ambiente intocado e nem há vida humana sem intervenção ambiental. Vivemos na sociedade habituada à tecnologia e máquinas de todo tipo - abdicar disso exigiria uma mudança cultural lenta e radical - e não poderíamos estar conversando agora via Internet nesse caso, já que os computadores são produzidos por indústrias que necessitam de plástico e outros componentes tóxicos, produzidos com desgaste ambiental. Tentar minimizar os impactos é sábio e necessário, mas não é possível sempre eliminar todo e qualquer impacto ambiental - e isso é evidente.

Utilizar os índios e o meio-ambiente para fazer oposições políticas é algo que vem sendo praticado de maneira ostensiva no Brasil: o que legitima o CIMI para falar em nome dos índios? E em nome do meio-ambiente? São tutores de ambos? São especialistas inquestionáveis no assunto?