sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Brasil...Rio

O governador Sérgio Cabral extrapolou do quesito sensatez ao dizer que o Rio de Janeiro sempre foi bem atendido pelo governo federal no apoio com recursos para prevenção de catástrofes. É sempre assim, um lambe-lambe sem fim e o povo morrendo. Politicagem das mais deslavadas para não ferir brios e conchavos futuros. Não quer criar melindres com a presidente Dilma e muito menos com o ex presidente Lulla. Mais ainda, por ter o fracassado candidato Geddel Vieira, deputado federal e seu companheiro de partido, possibilidade de voltar a ter alto cargo no governo.

Foi este Geddel que, como Ministro da Integração Nacional, enviou mais de 40% dos recursos, durante sua administração, destinados a ações de prevenção a catástrofes no Brasil, para o seu reduto eleitoral, visando a sua candidatura ao governo do Estado da Bahia. E ficou tudo por isso mesmo. Como a politicagem é feita de compadrio, o governador carioca teve que engolir a seco a falta de recursos e de atitude de seu governo para prevenir situações como esta, que vive no momento a população fluminense. A Bahia recebeu entre 2004 e 2009 mais de R$ 133,2 milhões. Salvo engano, o Rio de Janeiro recebeu menos de 20 milhões de reais.

O recado da presidente Dilma, no meu ponto de vista, foi direto a todos os níveis de governo. Colocou de forma clara o por quê de todos esses acontecimentos fatídicos que estão ocorrendo todos os anos no Brasil: a incompetência da administração pública. Acredito que ela, presidente, não tenha que fazer “mea culpa” no próximo ano ou até mesmo no final deste ano de 2011, já que as chuvas não observam calendários.

A retirada dos moradores em área de risco pode parecer descaso, mas não é. O que ocorre é que há conivência criminosa com a situação em razão de votos nos períodos eleitorais por parte dos administradores que tem no comando, chefes, chefinhos e chefetes, potenciais candidatos. E como o povo não é dotado de conhecimento de engenharia de solo, pressiona pela permanência e é atendido criminosamente pelos governos em todos os níveis.

Tecnologia para essa prevenção de acidentes provocados pela ação da natureza já existe há muitos anos. O acesso a elas não custa mais do que o avião presidencial. É o descaso associado e motivado pela ação da politicagem que gera todo esse desastre com a população. Gasta-se 10 vezes mais para remediar do que prevenir. É doído saber que milhares morem o que traz infelicidade afetiva, emocional e financeira aos seus familiares em razão da falta de atitude e por interesses mesquinhos dessa corja que sobrevive e evolui na vida com a desgraça alheia, do povo.

Para exemplificar o lado oposto, de governo que se preocupa com a população, na Austrália apenas 19 pessoas morreram, apesar de avisadas pelo poder público, até por correspondência, com 48h de antecedência sobre a enxurrada que estava prestes a acontecer. E lá choveu muito mais que no Rio de Janeiro e por maior tempo. É a decência da administração voltada para a população e não para resultados e interesses eleitorais de grupos e de partidos.

Ano após ano estamos entregues a própria sorte. Barrancos desabando sobre a população, pacientes morrendo nas portas dos hospitais. Estradas, sem preservação, matando cada vez. Milhares de faculdades privadas (25%) com baixo desempenho na frouxa avaliação do Ministério da Educação chegaram a perder direito ao FIES. Sobram, por falta de planejamento, vagas em faculdades publicas. Mais de 58% de vagas das instituições privadas estão ociosas, segundo o Estadão. De 2.137 instituições de ensino superior, apenas 25 receberam nota máxima na avaliação do Índice Geral de Cursos (IGC).

Aeroportos sendo fechados para pouso em dia de chuva por falta de segurança nas pistas escorregadias por ausência de manutenção. A administração federal sendo loteada sem o menor pudor e qualquer critério profissional para administrar a vida do País, do povo brasileiro. O sistema de energia elétrica quase em colapso por não ter capacidade de atender a demanda que está reprimida. Como não aprendeu a pescar, tarefa de governos via educação e atitudes éticas, o povo segue feliz com o peixe dado, deixa de plantar para colher amanhã, ou seja, não se qualifica. E assim vamos seguindo com a tragédia nossa de todo ano. Insensato Brasil.

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