sábado, 2 de maio de 2009

Artilheiros sem pólvora

Sei lá qual será a coloração das lágrimas que derraparão dos olhos dos torcedores, na saída do Maracanã ardente, após essa decisão espetacular. Prognóstico, já disse, não vale o risco. Palpite, também não. Flamengo x Botafogo revolve a história pretérita, mas mexe até com os exercícios de futurologia, práticas indefesas desprezadas pelos analistas mais acreditados. Preguiçosamente, melhor esperar o apito final.

Com efeito, o turbilhão de emoções surge sem cabrestos. Incontido, embora os dois times perpetuem mais defeitos que virtudes, a julgar por suas performances ao longo dos últimos meses. Veja-se o Flamengo: três artilheiros de nomeada, mas sem bala na agulha. Obina - aquele melhor do que o E`to –, Emerson, goleador só aos auspícios de Alah, nas terras muçulmanas onde se notabilizou, e Josiel, que também negou fogo, revelaram-se goleadores do nada. Às favas com eles, sentenciou a torcida rubro-negra.

Um desfalque deve ser lastimado pela torcida de um modo geral, afora a do Flamengo, parte suspeita da história. Falo de Maicosuel, negrinho serelepe, que se tornou a sensação dos campos do Rio na atual temporada. Pleno de truques, dribla e chuta como ninguém ousaria fazê-lo. Marcá-lo é missão inglória e desafia jogadores do nível de Juan a manter-se equilibrado.

Resultam de tudo isso fatos como o ocorrido no segundo jogo, quando o lateral flamenguista sujou sua história ao protagonizar degradante acontecimento. Dos dois lados, há artistas de menor qualidade, mas nessa série Botafogo x Flamengo, afora um equivocado jogo de pés, tem mostrado corações do tamanho de um trem em defesa de suas cores. De resto, vale uma manifestação: que incendeie as almas dos torcedores fascinados pelo que ocorrer no gramado. Fora deles, há de prevalecer o bom senso das gentes de uma cidade civilizada.

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