quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PF busca suspeitos de tráfico de drogas sintéticas; grupos movimentavam R$ 1 milhão

A PF (Polícia Federal) mantém na tarde desta quarta-feira duas operações que têm como objetivo desarticular quadrilhas especializadas em tráfico de drogas sintéticas. A estimativa é de que os grupos movimentavam R$ 1 milhão por mês.

Até o começo da tarde, 51 dos 61 mandados de prisão expedidos pela Justiça haviam sido cumpridos --40 deles no Rio. Eles integram as operações Nocaute --em referência ao fato de os envolvidos serem, em parte, lutadores-- e Trilha Albis --por remeter a uma marca de mochila utilizada para esconder a droga.

Cinco dos suspeitos já estavam presos no Rio e, por isso, os mandados de prisão foram apresentados nos presídios de Água Santa (zona norte), Bangu (zona oeste) e na 73 DP.

"No Estado do Rio, 40 foram presos até agora. Estamos atrás de outros sete. A intenção é prender 32 na Nocaute e 15 na Trilha, apenas no Rio", disse o delegado Victor Cesar Carvalhos dos Santos.

Operações

As operações ocorrem em oito Estados e no Distrito Federal. No Rio, a PF atua em sete regiões: em Niterói e nos bairros de Copacabana e Lagoa (zona sul do Rio); Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes (zona oeste), em Vila Isabel e na Ilha do Governador (zona norte).

Entre os presos estão jovens de classe média alta --os nomes não foram revelados. O homem apontado como o líder do grupo morava no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio), um dos bairros prediletos de ricos e famosos na cidade.

De acordo com a polícia, os pais de alguns dos presos desconheciam envolvimento dos filhos com o tráfico, embora desconfiassem ser usuários de drogas.

Familiares dos presos e advogados permanecem na Superintendência da PF, mas nenhum deles quis falar sobre o caso.

Tráfico

O delegado afirma que o esquema funcionava da seguinte maneira: os envolvidos compravam cocaína em países da América Latina, como Paraguai e Bolívia, levavam para o Rio, São Paulo e Minas, e, desses Estados, a droga era transportada por mulas -- --nome dado às pessoas que ganham para somente transportar os produtos -- para países da Europa tais como França, Holanda e Portugal. Nesses países, a cocaína era trocada por drogas sintéticas, tais como LSD e ecstasy, e trazida para o Brasil a fim de ser revendida em festas dos Estados investigados.

Somente no Rio havia um grupo de cinco agenciadores de mulas. Em cada viagem, as mulas --que saíam do país em casais, para não despertar suspeitas-- levavam 1 kg de cocaína. Na volta, as drogas sintéticas eram revendidas, e o saldo era de cerca de R$ 250 mil --que eram divididos entre os envolvidos. A estimativa é de que ao menos quatro viagens eram feitas por mês, numa movimentação de R$ 1 milhão.

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