terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CHAVEZ E COCAÍNA

Pela segunda vez no mesmo número de semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez utilizou um fórum público para se declarar como mascador habitual de coca. Na semana passada, informamos a declaração de Chávez durante um recente discurso televisionado de que ele mascava coca. No sábado, estava fazendo das suas de novo.



folhas de coca secando em armazém nas aforas de Shinahota na Bolívia. O letreiro diz ''Coca Poder e Território, Dignidade e Soberania, Congresso Regional 2006-08'' (foto de Phil Smith, editor da Crônica, 2007)
Durante outro discurso televisionado, desta vez em uma cúpula de lideranças esquerdistas latino-americanas em Caracas, Chávez pôs uma folha de coca na boca dele e a mascou enquanto defendia a planta. De acordo com um relato da Reuters, Chávez agradeceu o presidente boliviano Evo Morales, um ex-sindicalista cocaleiro e defensor da planta, por lhe trazer mais.

“Ah, companheiro, eu sabia que não podia me faltar, já estava acabando, estava acabando, irmão”, disse Chávez enquanto recebia as folhas de Morales durante a cúpula televisionada. Daí Chávez partiu uma folha pela metade e mascou para os aplausos dos presentes. “O capitalismo a converteu e as máfias internacionais em cocaína, mas a coca não é cocaína”, disse.

Na semana passada, John Walters, o secretário antidrogas dos EUA, acusou o governo Chávez de “ser conivente” no tráfico de cocaína da vizinha Colômbia. A Venezuela negou essa acusação, acusando os EUA de fazer uma campanha de difamação e de interferência arbitrária nos assuntos internos da Venezuela.

Nesta semana na Venezuela, políticos da oposição disseram que Chávez deveria fazer um exame toxicológico. Mas, como Chávez admitiu abertamente – duas vezes – que é um mascador habitual da folha de coca, é preciso se perguntar SE ELE A CHEIRA TAMBÉM, O QUE É PLAUSÍVEL. E mais uma vez, o anátema de Washington na América Latina cutuca Washington – e a Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 da ONU – no olho.

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