sexta-feira, 26 de março de 2010

Camelódromo: ‘Prefeitura foi no mínimo negligente’, diz Delegado

“A Prefeitura de Campos no mínimo foi negligente com a administração do Shopping. Eu posso afirmar, já que a Codemca (Companhia de Desenvolvimento de Campos), responsável pela ordenação do espaço, em resposta a uma recomendação para que cassasse as permissões de uso, no local, que envolvessem a venda de produtos em desacordo com a legislação vigente, admitiu a existência de comércio clandestino e ilegal no Shopping Popular. Diante disso, fica claro que a prefeitura permitiu que um espaço público fosse utilizado para a prática de vários crimes, cuja repressão é da competência da Polícia Federal, como contrabando e descaminho”, explicou o delegado titular da Polícia Federal, em Campos, Paulo Cassiano Júnior, durante coletiva na tarde desta quinta-feira (25) sobre a Operação 25 de Março, que fechou o Shopping Popular Michel Haddad, o Camelódromo, no município.

Segundo o delegado, foram apreendidas 60 toneladas de mercadorias ilícitas nas cerca de 300 bancas existentes no Camelódromo. Em relação ao valor dos produtos apreendidos, Cassiano acrescentou que estão avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões.

A Megaoperação –

Uma Megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, denominada “25 de Março”, numa alusão à data de hoje e também ao comércio da rua de mesmo nome, em São Paulo, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (25), no Shopping Popular Michel Hadad, o Camelódromo de Campos, no Centro. Duzentos agentes dos dois órgãos participam da operação, que visa cumprir mandados de busca e apreensão de mercadorias contrabandeadas.

A megaoperação começou por volta das 6h e conta com 100 agentes da Polícia Federal e 100 agentes da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal. As ruas no entorno do Camelódromo foram fechadas por carros da Polícia Federal a fim impedir o trânsito de veículos nos seguintes trechos: Rua Tenente Coronel Cardoso (antiga Rua Formosa) entre a Avenida José Alves de Azevedo (Beira Valão) e a Rua Barão do Amazonas; e Rua João Pessoa entre a Rua Lacerda Sobrinho e a Avenida José Alves de Azevedo. A Guarda Civil Municipal (GCM) orientou os motoristas nos trechos interditados.

Com os mandados de busca e apreensão, os agentes arrombaram os cadeados dos boxes do Camelódromo e lacraram os produtos das bancas em sacos de tecido. Quinze caminhões do tipo baú vão levar as mercadorias que forem apreendidas para o depósito da Receita Federal, na Avenida Brasil, em Benfica, no município do Rio de Janeiro.

De acordo com o titular da Delegacia da Polícia Federal, em Campos, delegado Paulo Cassiano Júnior, o objetivo é terminar com o comércio de mercadorias contrabandeadas no Camelódromo de Campos. “Os proprietários das bancas que tiverem as notas fiscais e toda a documentação comprobatória das mercadorias poderão reaver seus produtos. Basta fazer a comprovação aqui ou então no depósito da Receita Federal”, explicou.

Segundo o chefe substituto da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, Spinelli, o prazo para os donos das bancas retirarem as mercadorias é de 24 horas. “Após esse período é aberto um procedimento de perda de material. A Receita também notifica os proprietários, que podem responder pelos crimes de contrabando ou descaminho. A empresa responsável pela administração do Camelódromo, a Codemca (Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos) também será notificada a respeito da operação. Ao sairmos, deixaremos em cada box uma notificação aos proprietários e todas as orientações sobre como proceder para reaver as mercadorias”, explicou Spinelli.

Fonte: Campos 24 horas

Nenhum comentário: