quarta-feira, 1 de abril de 2009

Tropa de elite do Rio pode ter avião para reconhecimento em favelas

No governo Benedita da Silva (nos meses em que sucedeu Garotinho) as forças policiais do Rio viraram motivo de chacota com o aluguel de um dirigível para o monitoramento de favelas. Ficou conhecido como o balão mágico da segurança, como o batizou um brilhante jornalista do Extra. Não ajudou na prisão de sequer um viciado e custou uma fortuna, que o estado pagou em dia, apesar do atraso dos salários dos servidores. Agora, uma nova arma com esta função pode ajudar e muito a polícia a planejar suas incursões. São os aviões espiões não tripulados de pequeno porte, mas muito eficientes. Alguns já usados pelas Forças Armadas Brasileiras. Dois dos modelos, o Carcará e o Jabiru são projetos inteiramente nacionais e o primeiro já foi testado pelo Bope, a força de elite da polícia militar.

As câmeras podem aproximar o alvo visado em até 20 vezes. Eles voam com altitude de até 3 mil metros, mas é com 300 metros que a precisão fica 100%. No Bope, o Carcará foi lançado do próprio terraço da unidade, em Laranjeiras, e fez um sobrevôo em favelas da região. Na hora, o comandante da unidade, coronel Pinheiro Neto, pediu que um atirador de elite tentasse acertar o avião, o que ele considerou quase impossível.

Observado por várias secretarias de Segurança do país, o Carcará tem como concorrente um avião espião israelense, bem maior (necessita de pistas para pouso e decolagem) e custa o triplo do preço. Um kit do Carcará com três aparelhos sai por R$ 480 mil. E mais: uma queda em perímetro urbano do avião israelense poderia causar um dano considerável. O produto brasileiro é feito de polipropileno, uma espécie de isopor com memória. O que isso quer dizer? Se amassar, em pouco tempo retoma a forma original. A Marinha já o usou numa simulação de combate no Rio Paraguai, com muito sucesso. E o Exército já tem estudos para utilizá-lo no Haiti em missões de patrulhamento.

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