No governo Benedita da Silva (nos meses em que sucedeu Garotinho) as forças policiais do Rio viraram motivo de chacota com o aluguel de um dirigível para o monitoramento de favelas. Ficou conhecido como o balão mágico da segurança, como o batizou um brilhante jornalista do Extra. Não ajudou na prisão de sequer um viciado e custou uma fortuna, que o estado pagou em dia, apesar do atraso dos salários dos servidores. Agora, uma nova arma com esta função pode ajudar e muito a polícia a planejar suas incursões. São os aviões espiões não tripulados de pequeno porte, mas muito eficientes. Alguns já usados pelas Forças Armadas Brasileiras. Dois dos modelos, o Carcará e o Jabiru são projetos inteiramente nacionais e o primeiro já foi testado pelo Bope, a força de elite da polícia militar.
As câmeras podem aproximar o alvo visado em até 20 vezes. Eles voam com altitude de até 3 mil metros, mas é com 300 metros que a precisão fica 100%. No Bope, o Carcará foi lançado do próprio terraço da unidade, em Laranjeiras, e fez um sobrevôo em favelas da região. Na hora, o comandante da unidade, coronel Pinheiro Neto, pediu que um atirador de elite tentasse acertar o avião, o que ele considerou quase impossível.
Observado por várias secretarias de Segurança do país, o Carcará tem como concorrente um avião espião israelense, bem maior (necessita de pistas para pouso e decolagem) e custa o triplo do preço. Um kit do Carcará com três aparelhos sai por R$ 480 mil. E mais: uma queda em perímetro urbano do avião israelense poderia causar um dano considerável. O produto brasileiro é feito de polipropileno, uma espécie de isopor com memória. O que isso quer dizer? Se amassar, em pouco tempo retoma a forma original. A Marinha já o usou numa simulação de combate no Rio Paraguai, com muito sucesso. E o Exército já tem estudos para utilizá-lo no Haiti em missões de patrulhamento.
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